segunda-feira, 5 de abril de 2010

Lights.

Eu adoro a hora que as luzes começam a serem acesas, mas permaneço sem ligar o interruptor. Os pontos começaram a tomar formas, como aqueles desenhos que temos que ligar em cadernos infantis. Não me contentei em fazer meus próprios desenhos, eu queria mais. Eu queria saber ligar da forma correta, como se ao final disso eu ganhasse algum prêmio. Um prêmio que fizesse sentido, que fosse o significado, que me fizesse perceber que todas as coisas que tanto procuro encontrar respostas, foram solucionadas. Fugir do óbvio, é disso que se trata, o óbvio passa uma sensação que o tempo está passando óbvio demais, como todos esperam e torcem para que passe. Que o tempo passe sem esforço, sem ser notado. Finalmente entendo o porquê de o interruptor não ser aceso, acender é óbvio demais, é a busca desesperada para que tudo o que procuramos, seja mostrado na nossa frente, e os contornos sejam finalmente vistos. É o medo de não sabermos o que brilha quando a luz se vai, a necessidade de estarmos sempre no controle. Por isso, eu adoro a hora que as luzes começam a serem acesas lá fora, aqui dentro, o interruptor permanece desligado.