domingo, 12 de dezembro de 2010
About christmas trees.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Jewelry.
*Dedicado a Tati. Uma das mais preciosas jóias que já garimpei.
sábado, 30 de outubro de 2010
Cats.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Empty.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Whispers.
Em um tempo onde gradualmente os volumes foram alterados. Pouco se ouvia do seu próprio interior, sempre com palavras amarradas umas as outras que chegavam, sem anunciarem que estavam vindo. Em todos os lugares eram apenas palavras que lhe causavam um efeito irremediável, efeito que não mais era ouvido só por ele, mas por todos ao redor, e muitas vezes repetidos por eles. O tempo entrava em cena, levando anos e vozes cada vez mais juntos, ligados. Chegou ao ponto em que não mais foram necessárias as palavras, seu próprio interior falava cada vez menos, com uma voz cada vez mais baixa, logo após, tudo o que restava eram as palavras, que permaneceram juntas em sussurros. Sussurros que nunca se calavam, nunca iam embora, nunca deixavam um completo vácuo onde nada era ouvido. Os sussurros viraram parte de quem ele era, deixando a dúvida de como ele era antes deles existirem, como era quando o silêncio era alcançado a qualquer hora, quando sussurros não habitavam seus sonhos, quando ele se olhava no espelho e via nada além de si próprio, nada dito por vozes que ele nem ao menos conseguia localizar.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
About gold and past.
E enfim apenas um será o primeiro. Enquanto o segundo deve apenas se contentar com o pouco de esforço e sorte que lhe faltou para subir uma posição. E assim os dias caminham, cheios de primeiras e segundas posições. Fazemos-nos de primeiro sempre, é o que precisamos para dar escape ao sentimento de que devemos ser os melhores sempre. Hoje já percebo o quanto esperamos pelo primeiro lugar, e quando nos damos conta, ele já virou uma lembrança. Uma macia e dolorosa lembrança que nos pegamos pensando repetidas vezes. Lembranças não voltam, e me pergunto se o primeiro lugar vai se mostrar presente mais algumas vezes. Talvez sim. É a ideia de movimento que existe dentro de nós, sempre estamos buscando uma renovação, uma redenção, um estado que nos proporcione um sentimento melhor que o anterior, e talvez isso seja sim a renovação do primeiro lugar, a renovação do primeiro lugar em nós mesmos e em inúmeros outros que ainda não entraram na corrida. Por outro lado, encaramos a medalha que vem com a primeira posição. É o que mais queremos e nós sabemos disso. Por mais perto que ela esteja não nos permitimos alcançar. Temos medo do contato gelado com o ouro que apenas o primeiro lugar nos proporciona. O mesmo contato gelado que sentimos ao encontro da lembrança, uma memória fria que tentamos reanimar, trazer de volta a pulsão que a mantinha aquecida. Não nos damos conta que ela é quente apenas no momento em que está viva, no momento em que não precisamos fechar os olhos para que ela aconteça novamente, no momento em que a sentimos em nós, somos ela. Após isso é como se existisse uma morte fria, assustadoramente fria, fria o suficiente para nos avisar que ainda existe, nos dias mais quentes, nos momentos mais vivos, sem nos darmos conta de que o momento presente em segundos deixará apenas o frio em que ele se transformou, e nós tentamos mais uma vez doar um pouco do nosso próprio calor para reanimá-lo. E assim acontece, em uma cadeia fria de memórias.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
A leveza e o peso.
Não passava de uma pena presa em um carro. O fim da tarde estava próximo, logo a noite se mostraria presente e a pena continuaria em sua prisão a céu aberto. Isso implica não só o calor da tarde, mas como o frio da madrugada. Desse ângulo eu posso ver o quanto ela queria estar livre, ir embora com a primeira brisa que se mostrasse forte o bastante para levar o peso de uma pena nas costas. O ar está parado, as árvores não se mexem, a pena por sua vez, resiste em um vento fantasma com a esperança de ser libertada. Pode-se dizer que está acontecendo uma contagem regressiva, o sol vai roubando aos poucos o tempo que ainda resta para a luz estar presente, é a única chance que a pena acredita. Quando a noite chegar, ela vai ficar invisível a inúmeros olhos, e não se sabe em baixo do que ela estará amanhã. Essa pena quer ser carregada pela vida, e esse é o seu único medo no momento.
sábado, 18 de setembro de 2010
Echoes.
Há uns dias, as tardes seriam tudo, menos vazias. Isso se tornou apenas um passado onde não sabemos se foi sonho ou uma realidade nebulosa. O corredor está vazio agora, na cabeça ainda ecoam os passos duplos em direção ao interior daquele sentimento contraditório, a memória se mostra precisa para aqueles que não sabem deixar as coisas seguirem seus próprios caminhos. Uma prisão mental onde pessoas ficam vagando, sendo escravas de atos e dias que deveriam ser livres, deveriam estar livres. Mais uma vez a liberdade pedindo para existir, para ser gerada, finalmente poder sair de sua crisálida e erguer-se entre aqueles que ainda acreditam nela. Essas pessoas se conformam não apenas com a idéia de que os atos escolhidos terão efeito em sua vida daquele ponto em diante, como aprendem a viver com eles, com os acertos e erros. A idéia de liberdade não é um erro, cada um tem sua própria concepção, e mais uma vez nos mostramos não só inaptos a aceitar a idéia alheia, mas ainda: desejamos que o outro compartilhe de nossa idéia. Já se dizia que o silêncio não existe sem o barulho constante do dia a dia, e nesse momento, silêncio vazio é tudo que me resta.
sábado, 11 de setembro de 2010
Ambiguidade.
Dois mundos. Duas vidas. Dois eu’s que se convergem ao encontro em momentos em que eu precisava ser apenas um. Enquanto penso tranquilo no ontem, o hoje se mostra cada vez mais propício a um ato impulsivo, que mesmo eu ainda não sabendo, fará do amanhã apenas mais um novelo a desenrolar. Alguns poucos dias se arrastaram devagar, vendo do ponto onde eu me encontro, eles agora se parecem com um borrão, uma massa disforme onde tudo se encontra fora do lugar, como se uma ventania tivesse passado e desarrumado todas as prateleiras. Meus livros estão espalhados pelo chão, a ordem foi quebrada. Preciso juntar forças para tirar o pó das páginas amassadas e começar a organizar livro por livro, dia por dia, pessoa por pessoa.