segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A leveza e o peso.

Não passava de uma pena presa em um carro. O fim da tarde estava próximo, logo a noite se mostraria presente e a pena continuaria em sua prisão a céu aberto. Isso implica não só o calor da tarde, mas como o frio da madrugada. Desse ângulo eu posso ver o quanto ela queria estar livre, ir embora com a primeira brisa que se mostrasse forte o bastante para levar o peso de uma pena nas costas. O ar está parado, as árvores não se mexem, a pena por sua vez, resiste em um vento fantasma com a esperança de ser libertada. Pode-se dizer que está acontecendo uma contagem regressiva, o sol vai roubando aos poucos o tempo que ainda resta para a luz estar presente, é a única chance que a pena acredita. Quando a noite chegar, ela vai ficar invisível a inúmeros olhos, e não se sabe em baixo do que ela estará amanhã. Essa pena quer ser carregada pela vida, e esse é o seu único medo no momento.

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