segunda-feira, 10 de maio de 2010

Frio, enfim.

Minhas mãos tão geladas como de costume, sentem um vento que indescritivelmente chega a ser mais gélido que elas. Pergunto-me porque faço tantas perguntas quando está frio. Não entendo o motivo de tanta curiosidade. Acho que o frio me traz a superfície como tanto tento me esconder nos verões que eu já vivi. Uma hora e pouco de frio é o que me basta para entrar em outro estado de espírito, estado que não sei de onde vem, e se tem um lugar fixo em mim. Apenas vem. Talvez seja meu estado de maior consciência, de quanto sou inconsciente quando não está frio. Nesse momento me deu vontade de ir embora para algum lugar bem frio. Onde o sol apareça apenas as vezes pra lembrar que ainda tenho inconsciência quando estiver disposto. Não sei se quero estar disposto. Peço por neve agora, ficar deitado nela sentindo todos os meus músculos enrijecerem lentamente de um frio que vai consumindo minha inconsciência. Ah como eu quero isso. Um sol fraco aparecendo por detrás de algumas árvores, sem me atingir completamente. Apenas se mostrando que está ali. E eu penso que posso tê-lo quando quiser, o que eu preciso é apenas me levantar, e ir em direção as árvores. Poderia subir em alguma delas, pra tentar obter um pouco de equilíbrio entre minha consciência, e o que eu estiver vivendo através dos dias. Acho que eu subiria. Tenho história com quedas, físicas ou não. Eu mesmo poderia pular. Pular na neve lá em baixo, me esperando, me chamando, mas tão fria. Acho que nesse momento eu preciso apenas deitar em algum galho, e esperar o sol ir embora, espontaneamente ou sem opção. O frio chegou.

Um comentário:

  1. o frio é bonito, quando se esta bem agasalhado.

    Porem, o frio tem a tendencia de encolher as coisas.
    Pura fisica.
    eauhaeuiehe

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