sexta-feira, 18 de junho de 2010
Sun goes down.
Após um dia cansativo com muitos barulhos e gritos, ele se volta para o horizonte. Observa o dia ir sumindo calmamente, como a sua própria euforia. Ele estava ficando escuro, sem luz. O Sol não estava mais visível, apenas viam-se raios alaranjados, como uma última tentativa de o sol não morrer, um último suspiro. Não se sabe dizer o que houve nesse dia, nem mesmo o sol poderia esclarecer. Ele percebeu por fim que isso era de certo modo simples de explicar: era uma raiva internalizada. Não lhe fazia mal, apenas fazia perguntas. Ele não queria responder, não tinha forças para qualquer resposta, estava ficando escuro. Escuro sempre é bem vindo. Como ele gosta do escuro, ainda sente medo, mas gosta com força. Acredito que era um ar denso, sem muita pureza, e isso o irritava, tudo o que faz é fechar a janela. Observa-se sozinho, em uma caixa escura com um filete de luz se diluindo pouco a pouco. Fica parado, não existe pressa. Olha sua sombra quando em comunhão com o escuro e sente-se vivo, e isso o incomoda de uma forma aguda. Em outras pessoas, a sombra não chegaria a tal ponto de comunhão, seria interrompida antes de qualquer coisa. Ele não quer ser como as outras pessoas, não quer cortar o efeito da comunhão das sombras. Ele é ele, e isso o tranqüiliza.
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