domingo, 13 de junho de 2010
Espelhos.
Como posso ver o tempo passando rápido, bem em frente aos meus olhos, nos espelhos em que encaro no decorrer dos dias. Espelhos de dentro, aqueles que só nós vemos o reflexo. Talvez nós mesmos criemos os reflexos, não posso dizer com certeza. O espelho muda, todos eles. Acredito em várias pessoas em uma só. Cada interação vai receber uma pessoa diferente. Sendo assim, vejo o quanto de espelhos cada pessoa deve ter. Será o suficiente? Toda essa complexidade me faz refletir sobre o tempo, talvez não só sobre o tempo, mas como ponto de partida. Mudamos. Sim. Isso é o que nós somos, mudanças. Pode ser que não percebamos isso em nós mesmos. Somos capazes de perceber nos outros, sempre nos outros. Várias versões de uma só pessoa, distribuídas conforme as afinidades com a outra. Não somos um só, de forma profunda. Tudo o que vemos é a superfície, e nela, sim, somos apenas um. E somos todos os outros que se alojam em nossa profundidade, mesmo não nos dando conta. Eles existem.
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